segunda-feira, 16 de novembro de 2009

despedida.

E então, eu me pego no meio da minha sala.Quer dizer, não era a minha sala.Estava silenciosa demais.Um silêncio horrivel.Um silêncio de dor, eu odiava aquilo.Porém, observando bem, nem todos que estavam naquela sala estavam totalmente calados.Eu ouvia pedidos.Gritos.Berros de socorro.Alguém gritava muito e a dor piorava quando eu sabia que não poderia ajudá-la.E eu vejo o seu rosto.Depois de lembrar cada palavra que me dissera a cinco minutos atrás.Até então, sua cabeça estava baixa.O que era aquilo? Uma lágrima? Quem devia estar chorando não era eu? Eu não era a vitíma, a inocênte? Ou pra você eu era a vilã? Eu ganhei? Estávamos competindo? E minha garganta ardia.Muito.Gostaria de ser aquela voz que escutara antes.Gritar socorro.Mas seria em vão, como foram os pedidos dela.Eu queria que você falasse algo.Qualquer coisa.Poderia ser até um Tchau.Só para eu ouvir a sua voz pela última vez.E a dor aumentou quando esse pensamento veio a tona.Última vez.Quanto tempo mais ficaríamos parados ali, um olhando para o outro? Porque para mim, aquilo não era muito agradável.Chegava a ser torturante.Te vê nesse estado e não poder se quer te da uma palavra de consolo.Mas de que eu o ia consolar? De mim? Eu não queria consolar você.Queria te abraçar.Te beijar.Te ter pra sempre, ou pelo mesno achar que eu o tinha.Mas eu achava.E acabou.E você se moveu.Para a porta.Abaixando a cabeça novamente, abriu pela última vez aquela porta.E saiu.Eu descobri então, que aguentaria sim, por toda a eternidade continuar naquela cena.Eu não me cansaria de ficar observando seus traços perfeitos.Corra.Sua burra.Corra atrás dele.O que aconteceu com as minhas pernas? Não saiam do lugar.Não se moviam.Estavam totalmente presas.Se ajoelhe então, é o mínimo que pode fazer agora, depois de perder o homem da sua vida.Mas meus joelhos não dobravam.Eu queria mais do que tudo me ajoelhar e chorar.Chorar até eu não ter mais fôlego.Respirar.E depois, chorar mais um pouco.Espere.Eu estou ofegante? Eu tivera corrido e não tinha percebido? Talvez não.Estava tão imóvel.Será que essa era a hora certa para morrer? Na minha lógica, era a hora perfeita.Porque eu não tinha um ataque do coração agora? Que tola.Não servia nem para morrer.E então, eu finalmente me ajoelhei, abaixei a cabeça e não queria mais parar de chorar.E na minha visão, nem precisava.Quem enxugava minhas lágrimas tinha ido embora.Na minha cara e eu não tinha feito absolutamente nada.Aquela sala cheia de enfeites natalinos, luzes e cores tinha se tranformado em um escuro profundo, um escuro horrível que me fazia sentir horrendas dores de cabeça.Era para a minha cabeça explodir agora.Exploda.Exploda.Estou ordenando.Exploda.Era o fim.Era o meu fim.E eu não saberia e nem gostaria de saber se eu melhoraria.Estava bem ali.Pagando por ser tão idiota.E então, me deitei no chão de madeira escura.Estava mais frio do que o normal.Mas claro, talvez ajudasse o fato de estar inundando minha própria casa de lágrimas.Ótimo.Talvez não seja uma completa idiota.Morrer afogada é uma maravilhosa idéia.Era só prender a respiração.Vamos lá.Talvez você seja capaz disso.É tão simples.É só não respirar.Ai, eu sou muito idiota em pensar que lágrimas iriam me afogar na minha própria casa.É melhor eu continuar aqui deitada.Queta.Sem nenhum movimento, até porque, se eu quisesse me mexer, não conseguiria.Mas facilita as coisas eu não querer.Afinal, não fazia sentido.Para quem eu iria viver agora? Para o meu cachorro? Que inútil.Não.Não chingue o cachorro.A inútil sou eu.Sempre fui.E agora chega.Decidi.Vou morrer de tédio deitada aqui.É uma morte calma e trágica.No local perfeito.É só parar de pensar.Minha cabeça não aguenta mais.É só ter paciencia e esperar...

Um comentário:

  1. Me add no msn aê .. aquele meu foi hackeado dai fiz um novo!
    mylle.nascimento@hotmail.com

    Ah, obrigada pelo carinho! ;)

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